terça-feira, 20 de abril de 2010

A Viagem
Mario Quintana

Quando passei o Cabo das Tormentas
As sereias seguiram-me... E o seu canto
Nunca fora, meu Deus, tão aliciante...
Até acreditei, num breve instante,
Que por algum milagre a nau transviada
Viesse acaso sonâmbula voltando
Às praias luminosas da alvorada...
Mas, ai de mim, esses enganos são
Pesadelos de luz! Antes o escuro, o sossegado
Sono... Mas uma voz: — Que dizes, nosso amor?
Ainda que nos escutes a teu lado,
Nós cantamos sempre no Futuro!

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