segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tua Carta
J. G. de Araujo Jorge

A carta que escreveste é a oração que repito
todas as noites, sempre, antes de me deitar,
à hora em que abro a janela ao azul do infinito
e me ausento de tudo... e me esqueço a sonhar...

Eu, descrente da terra e dos homens, descrente
mais ainda dos céus, com bem maior razão,
murmuro a tua carta religiosamente
pois fiz do teu amor a minha religião...

Tua carta, nem sei... releio-a a todo instante,
ela acende em meus olhos tristes alegrias
e me faz esquecer que te encontras distante...

Paradoxos talvez, mentiras!... Não te esqueço
se toda noite assim (há não sei quantos dias),
com teu nome em meus lábios... rezando adormeço!...

Nenhum comentário:

Postar um comentário