quarta-feira, 24 de junho de 2009


Contra Senso
Marta de Mesquita da Câmara


Oh! meu amor,escuta, estou aqui.
Pois o teu coração bem me conhece:
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!

Sou eu, sou eu que ainda não morri.
- nem a morte me quer, ao que parece -
e vinha renovar se ainda pudesse
as horas dolorosas que vivi.

Oh! que insensato e louco é quem se ilude!
Quis fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!

Deitando a vista pelo mundo além

desisto de encontrar na vida um bem
que valha o mal que tu me fazes!

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